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quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Sua Presença no Aqui Agora




Corpo de Morte.

quem é ele?

A pessoa. O corpo físico, talvez,

que “é pó e ao pó retorna”.



E onde é o lugar da morte?

O chão, a terra, 

“a argila na qual fomos moldados e à qual retornaremos.”



O que mais morre além desse espetacular corpo físico?

O que mais morre além dos abraços, afagos e beijos?

O que mais morre além do som da voz 

com todos seus tons e sutilezas sonoras?

Suas sutilezas sonoras...



O que mais morre além de todas as referências físicas 

de sua existência real?

Suas referências físicas... 

Sua existência real...



A real existência de alguém possui um corpo de morte ...

A real existência de alguém é mais do que o corpo de morte ...

Ensinam-nos isso nos templos, igrejas e sinagogas.

Nas escolas...



Ensino não formal, não científico.

De científico só o corpo físico e suas interações neurofisiológicas.



Quando o corpo de morte se vai 

o que fica? 

quem fica?



Hoje sabemos que algo fica. 

Persiste além do corpo físico. 

Além do fogo fátuo.

Além de ossos, cinzas e água sabem que algo fica. 

Um saber sub reptiliano talvez...

O que fica? A alma, o espírito ...



 Nós?

“Em Nós todos nós permanecemos”.



Mas...



Além de você, além de seu corpo, o que sei de você?

Além do nosso contato, nossos beijos e abraços, conversas, 

encontros e desencontros,

O que sei de Você? 

O que sei de você além do seu rosto, do seu toque, do seu tom?

Eu não te conhecia antes, 

mas reconhecia você por sua presença.

Sua presença física. 


E hoje penso que te reconheço.



Parece que te reconheço num sorriso aqui, numa fala lá, num gesto acolá.

Parece que reconheço sua presença, seu “estar entre nós”.




Poesia boba essa minha. Tolice!

Os poetas sempre entenderam de almas e espíritos.

Não, não é tolice... Nem minha nem dos poetas.

Poetas foram sempre visionários, bêbados, drogados... 

 Visionários

sem crédito. 

Românticos 

Incuráveis 

Que enxergam muitas luzes.

Ou sombras demais.



Visionários.



Mas aqui, nesse verso, 

em prosa e sem rima;

eu queria mais do que isso,

eu queria falar de você como alguém que ainda é,

além do que já foi.



Mas, infelizmente, para falar de sua continuidade,

a que penso que sei, 

a que penso que conheço, 

a que às vezes reconheço

só posso faze-lo em versos, rimados ou não,

mas sempre, sempre metafóricos.


Sua presença, eu sei, está no meio de nós.

Além do que foste,

além do que jaz.

Além do Passado vivido em conjunto, 

guardado em esparsas lembranças .



Para você, no Aqui e no Agora. 

Minhas sinceras desculpas. Nossas mais sinceras desculpas.

Por não nos reconhecermos por tanto tempo.





Tudo mudou no mundo. O mundo mudou.

O que não cabia no mundo ainda não cabe no mundo, 

com a diferença que, hoje, metaforizar ficou mais fácil 

e mais perto da realidade compartilhada com todos.

Há mais do que o sangue para se falar de alguém. 

Algo além do corpo de morte.

Você e eu temos que nos acostumar a isso.



A Sua Presença no Aqui e Agora.



A Minha Presença no Aqui e Agora.






A partir de Agora temos que estender nossos relacionamentos

para além da subjetiva dor...


Para além do subjetivador...


Para além das fronteiras internas ...


Para além das fronteiras externas ...


Para além da subjetiva realidade  de cada um...


Para além do tempo... e do espaço.


VSO.


Sentimientos entre los silencios del Alma: LA AMISTAD
A Toca da Oliveira Santa, Jurumirim/Tatuí/SP. – 31.07.2016/21:59












Alma!Deixa eu ver sua almaA epiderme da almaSuperfície!Alma!

Zélia Duncan





fontes:

Poesia/texto: https://www.facebook.com/oliveira.vilmasantosescritora/

Zélia Duncan canta - Alma: 
https://www.youtube.com/watch?v=yUqxiSE-wpY 
https://www.vagalume.com.br/zelia-duncan/alma.html


Imagens: Search Google