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Nós estamos vivendo tempo difíceis, ímpares.
Desde a virada do milênio temos estado a lidar com energias sutis muito diferentes do que estávamos acostumados e com as quais nossos antepassados lidaram de forma quase inconsciente, onírica.
Hoje entrei em contato com uma sabedoria que desde 1999 tem cruzado o meu caminho mas, por um motivo ou por outro não pude me dedicar a conhecê-la:
O Calendário Maia.
Devo dizer antes que a grande âncora de minha sanidade mental foi conhecer, naquele tempo, a existência dos Índigos. Foi esse saber que acredito ter sido o responsável por aquela enxurrada de saberes ter se tornado somente uma Bipolaridade e não demência total.
Mas como tudo o que é para ser seu torna à você em outros tempos,
buscando a correta assimilação
o Conhecimento Ancestral Maia voltou ao meu caminho muitas vezes
ao longo desses mais de quinze anos.
E novamente hoje.
E hoje ele cabe direitinho dentro dessa coleção de saberes que estão há mais de vinte anos habitando meu coração e mente.
"In Lak' Ech!
Eu sou você e você sou eu.
O que você faz aos outros, você faz a você.
Como você ajuda os outros, é como você se ajuda.
Quando você ajuda os outros, é quando você se ajuda.
Nós estamos todos conectados debaixo do Sol."
Essa expressão Maia significa justamente o mesmo que outras expressões que tenho estado a repetir desde o século passado.
Namastê!,
Swásthya!,
Salve Jáh!,
Somos Todos Um!,
Aloha!
e outras tantas ligadas ao esoterismo
e à religiões e filosofias das mais diversas.
O amálgama da compreensão é que os maias consideravam a existência de outras energias,
com e sem existência física,
no sentido de corporeidade física.
Então hoje tudo fez sentido.
É isso.
Eu sou você e você sou eu.
Eu posso ver isso e reconhecer você em mim e, às vezes, eu em você.
O triste é que um diagnóstico de bipolaridade não me concede crédito acadêmico suficiente para enveredar por essa área e buscar, como psicóloga que sou, uma harmonia e uma conscientização nos relacionamentos baseada nesse saber e passei a última década tentando provar essa nova base dos relacionamentos interpessoais.
Hoje desisti de lutar e graças a Jáh! essa nova forma de comunicação voltou a andar comigo.
Então vamos lá, vamos voltar e reinventar a roda e esperar em Jáh! que essa repaginada não torne novamente em uma roda quadrada.
Outro saber que recebi, de uma criança-grande, índigo de nascença e gentil por perseverança própria e pessoal, foi a Psicologia de Michel Foucault. A Luta Interna do Homem com o Poder e seus reflexos na vida social.
Foucault se encaixa e serve bem para contextuar o nosso relacionamento atual com essas energias que, dizem os astrólogos, pertencem à influência planetária de Urano, Netuno e Plutão. A gente nem tinha ainda aprendido a lidar com as energias de Júpiter!
Pois é assim: além de todas as lutas internas e externas com nossos quereres e saberes, com a influência social, biológica e emocional de nossa ancestralidade estamos agora a lidar com essas "novas" energias academicamente definidas como "densas". Elas não são densas são intensas. E você não as escolhe - é escolhido por elas. É estranho mesmo.
E é nessa estranheza que entra Michel Foucault. Há uma luta. Uma luta mesmo, de poder, de posse. O processo de subjetivação do sujeito busca incansavelmente algumas delas e luta fervorosamente contra algumas outras. E nós não nos reconhecemos mais enquanto o sujeito que fomos há dez anos atrás. Mas reconhecemos claramente quando "eu não sou você".
Eu já tinha me acostumado a ser você, a ver você em mim e me ver refletida
em você. E fazem só dez anos que percebo isso tão claramente. E acabou.
Agora nós somos passagem!
Por motivos pessoais, nossos, na maioria das vezes, nos tornamos passagem.
Mas não passagem livre.
É esse o desabafo!
O processo de subjetivação é visível mas não em sua totalidade. Você se torna o outro. Posso ver e até nomear quem, na maioria das vezes.
E não sou eu.
Então o passo seguinte, e óbvio, é que eu não faço parte. Não nessa sociedade entre você e o outro.
E além de ter que suportar a sua ausência tenho também que lidar com o troféu de vencedor da disputa impresso na cara do outro. No sorriso. Nos olhos.
É a morte. E morro muitas vezes num mesmo dia.
É estranho! E não passa! E se repete, repete e repete à cada situação, a cada projeto, à cada nova necessidade.
É estranho por que não é uma separação. Não. A gente continua junto. Posso ver isso, às vezes. É estranho por que não é uma briga, uma busca por conciliação. É como um jogo de cartas onde cada um escolhe os parceiros e nela eu não faço parte.
Muito estranho! E mais ainda por não termos tido, no passado, a noção do tamanho do espaço-tempo que ocupávamos na vida, na subjetivação do outro, na parceria.
O mais triste nesse momento é o dilema: por mais de trinta anos estivemos reafirmando nosso compromisso de estarmos juntos e se hoje eu não te reconheço ou se não gosto, não aceito o que vejo, o que nos resta?
E é assim no café da manhã, na chegada à noitinha, na cama, no banho. Estranho e complicado.
Complicado por que por fora é sempre você, mais ou menos você pois até isso é visível: ligeiras mudanças físicas, olhares, sorrisos, palavras mas é sempre você, nunca é o The Rock!
Complicado por que percebo o interno e seu reflexo no externo.
In Lak' Ech!
Eu sou você e você sou eu!
Com isso, entendi agora, eu já estava acostumada há muito tempo! Mas hoje você não é só eu.
Você é seu pai, meu pai, minha mãe, nossos filhos, amigos, parentes, gente que nem conheço, pessoas que desconheço totalmente.
Energias e personalidades mil.
Suas escolhas.
Minhas escolhas.
Perdi de vista as nossas escolhas e não aceito muitas das suas.
Então tenho que olhar bem para você, reafirmar para mim mesma que você ainda é você mesmo e que nesse momento, por motivos pessoais seus ou até nossos, estás a dar passagem, vazão, a comportamentos, ideologias ou temperamentos não habituais.
Eu sei. A culpa é do congelamento que a gente faz das pessoas dentro de um formato que a gente mesmo formatou. A persona que elegemos para o outro.
Então eu te pergunto: mudei eu ou mudou você?
Fiquei mais fina, mais pontual? Sou capaz agora de perceber insinuâncias que me passaram desapercebidas por anos e anos? Ou sou eu que estou a dar passagem, vazão, à emocionalidades antes desconhecidas, inconscientes?
Ou ambos?
Descobrimos juntos a falácia da subjetivação, do subjetivador? Deixamos de nos reafirmar à cada manhã?
Complicado!
Tenho saudades! Saudades do que éramos quando juntos estávamos e conseguíamos rir um da cara do outro. Tenho saudades dos outros também!
Para todo o lado que olho só enxergo trabalho, trabalho e gente salvando o mundo e dinheiro faltando em todos os bolsos e escolhas, escolhas e escolhas. E formatadores de ações, de comportamentos, de pensamentos, de ideias.
E aqui chegamos ao ponto crucial do nosso relacionamento inter pessoal: o seu formato me alucina e o meu formato, ou ausência dele, te faz voltar a ser o homem das cavernas.
O que você faz aos outros, você faz a você.
Como você ajuda os outros, é como você se ajuda.
Quando você ajuda os outros, é quando você se ajuda.
Nós estamos todos conectados debaixo do Sol.
Tudo tem sido diferente, essencialmente diferente, para você e para mim.
O o que, o como, o quando e a conexão.
E não há maneira de sabermos quem está com a razão.
E essa diferença entre as metodologias está na base da questão e se esconde aos nossos olhos nas raras vezes em que conseguimos sentar e conversar à respeito.
Nem o dinheiro aparece e nem a vida fica cor-de-rosa. E o relacionamento inter pessoal vai se desgastando, os humores se inflamando e a solidão se instalando.
Coitados de nós!
E o mais engraçado é que a gente se acha. Eu te procuro e vejo você lá. Dentro de si mesmo.
A gente não se encontra ou raramente se encontra
mas a gente se acha e então dá dó.
Dó de ter falado palavras duras, de ter dormido separado embora juntos, remorso de ter ficado de cara virada, "de mal".
É tão engraçado que dá vontade de chorar!!!
É cíclico! Desesperador! Cumulativo! Insano!
Engraçado também é que embora tudo isso seja a mais pura expressão da verdade dos sentidos físicos as verdades internas não mudaram.
In Lak' Ech!
Eu sou você e você sou eu.
Então só nos resta reinstalar o sistema e encontrarmos uma saída para isso de não estar bom nem para um nem para o outro.
A cada dia reafirmarmos o Nós.
Seja qual for a escolha que cada um fizer isoladamente.
Afinal amar talvez seja amar as escolhas do outro. Respeitá-las e considerá-las tão inteligentes quanto as nossas próprias.
E conseguir contornar as carências afetivas pessoais, nossas e dos outros.
Curar feridas e construir pontes.
Agora passou! Obrigada por ouvir o desabafo.
É sempre assim. Desespero. Insanidade. Lucidez. Relembrança.
Essa fenda sempre me pega a cada vez que se abre.
Essa Falha de Santo André no sistema emocional não só californiano,
mas humano, no geral.
In Lak' Ech!
Eu sou você e você sou eu.
Nós somos Um!
E às vezes ainda somos uma multidão.
Meu Universo é você, sou eu, somos nós.
Mas às vezes ele é um Multiverso onde o que impera são as noções, emoções, sensações, adquiridas no passado, quando ainda não éramos Nós.
Desculpe-me!
E preocupe-se!
Temos que rearranjar as coisas. Muitas delas estão no-bom.
Mas a gente vai se falando. A cada vez que nos virmos.
Encontremo-nos então.
Nesse fds, em Sampa
ou em algum outro dia
e lugar
que Jáh! haverá de prover.
Luz & Consciência Para Nós,
Razão para quem estiver com a razão,
Sabedoria para quem tiver que fazer escolhas e
Amor para quem tiver que aceitá-las e/ou acatá-las.
VSO.
"Eu quero ver quem é capaz de fechar os olhos e descansar em Paz.
Quem não tem teto de vidro que atire a primeira pedra...
Isso não é uma questão de opinião.
Isso só é uma questão de opinião"
- Pitty -