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quinta-feira, 16 de agosto de 2018

A Consciência e a Construção das Formas I

A alma, nos diz o Tibetano, “é aquela entidade que é trazida à existência quando o aspecto espírito e o aspecto matéria se relacionam reciprocamente.” (1)

É uma expressão do segundo aspecto da Divindade, o princípio de mediação entre espírito e matéria, o aspecto de construção de forma desse processo impressionante através do qual o Logos desce à manifestação. Aprendemos que "em todo o universo, a alma é o tema consciente e sensível do plano divino”. (2) 

Tudo tem uma alma: desde uma rocha, árvore, cavalo, e o ser humano, tudo, até um planeta e mais além. No nível mais rudimentar do reino mineral, a alma é "o fator sensível na própria substância"; nos reinos mais elevados ela expressa a consciência, à medida que mais comumente a compreendemos.

A alma dá à forma suas características especiais, de modo que a árvore seja diferente da pedra e do cavalo, e o carvalho seja diferente do olmo. A alma assegura que a semente se desenvolva em um broto, um rebento, e em uma árvore madura capaz de se propagar; assegura que as raízes da árvore penetrem no solo e seus ramos cheguem até o céu, dando folhas e frutos. Em cada reino é a alma

“... que traz a forma à existência, que capacita a desenvolver e crescer de modo a acomodar mais adequadamente a vida que a habita e que conduz para diante todas as criaturas de Deus no caminho da evolução, reino após reino, em direção a um objetivo e uma gloriosa consumação.” (3)

Falamos das almas minerais, das almas vegetais e das almas animais que são responsáveis pela construção das formas de seus respectivos reinos, dando-lhes a consciência senciente, e fornecendo "inata faculdade ... que produz a inegável inteligente atividade que todos demonstram”. (4) 

Essas almas não estão individualizadas e participam na alma coletiva maior que anima o planeta: "a anima mundi ou a alma do mundo, o lado subjetivo de todas as formas nos três mundos, de todos os corpos nos quatro reinos da natureza". (5) Os "três mundos" são os planos físico, emocional e mental: os planos da existência objetiva terrena.

Como seres humanos em encarnação física compartilhamos formas e suas almas associadas, com os reinos inferiores. Temos também, in potentia ou na realidade, as almas humanas, cuja missão é construir as formas mais especializadas necessárias para nutrir a vida que habita em nós, a dar-nos as nossas qualidades distintivas, e dirigir-nos para frente ao longo do nosso próprio caminho de evoluçãoEsta alma humana é de uma ordem mais elevada do que os seus homólogos mais inferiores por causa da relação especial entre a Mônada humana e as suas formas.

A individualização não só ajustou a experiência evolutiva humana para além dos reinos inferiores, mas também condicionou a natureza, função e os objetivos da alma humana. 

Embora a alma mineral, vegetal ou animal seja um princípio indiferenciado de construção de forma, a alma humana é diferenciada e tem o potencial de existência autônoma como uma entidade, que expressa não só a consciência, mas a autoconsciência.

A alma humana permite à humanidade expressar o princípio de manas, ou mente; e vemos o florescimento deste princípio na medida em que a alma se aproxima da maturidade. 

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